Entrevistas

Entrevista Faria Activa ao Dr. Alberto João Jardim


A sua carreira política, enquanto dirigente democraticamente eleito, é uma das mais longas em todo o mundo. A que se deve este feito?
Fazer obra  e não fazer promessas que não possam ser cumpridas.

Depois de terminado o seu mandato como Presidente do Governo Regional da Madeira, quais são os seu planos de vida?
Quero continuar a ter saúde...

Por várias vezes o Dr. Alberto João Jardim ameaçou várias vezes pedir a independência da Madeira. Acredita realmente nisso. Acha que as pessoas o levam a sério?
Não é verdade. Nunca ameacei com a independência da Madeira, é conversa de alguma «informação» desonesta que há em Portugal. Sou tão português como os restantes Portugueses. O que exijo é uma maior Autonomia Política  para a Madeira, que reforce a Unidade Nacional e que elimine heranças colonialistas.

 
Qual é a área da politica com que mais se identifica (Cultura, urbanismo, acção social, etc)?
Para mim, a Política tem de ser vivida no seu global.

 
Em várias ocasiões, foi notório que o seu partido sentiu-se incomodado com algumas das suas intervenções. Acha que é por não usar um discurso politicamente correcto, ou é porque não é conveniente que se fale sempre a verdade?
Houve sempre uma profunda divergência com o Partido Social Democrata. No Continente, o PSD é um partido situacionista, um partido do sistema e seus interesses. O PSD da Madeira é oposição ao próprio sistema político-constitucional imposto aos Portugueses sem referendo. Como a soberania do Povo português está limitada, na medida em que o referendo está proibido aos Portugueses pela sua própria Constituição, para o Direito soberano de a alterar.

Já algum dia sentiu, que o PSD tem vergonha de si?
Algumas vezes, eu é  que me senti incomodado com as posições do  PSD nacional. Se «eles» tiveram «vergonha» de mim, então são situacionistas masoquistas face ao Desenvolvimento Integral da Madeira e à confiança que tal merece dos eleitores.

Não teme que depois da sua careira política, seja recordado pelos “bitaites” que constantemente manda aos seus adversários, e não pelo seu trabalho desenvolvido ao longo de mais de 3 décadas?
Creio que a formação da Opinião Pública, não vai decorrer sempre de maneira imbecil...

Depois de um momento mais caricato protagonizado por uma das suas intervenções, ou até mesmo quando é alvo de interpretações de comediantes e que acabam sempre por ser de enorme sucesso, como sente esses momentos?
Também me rio.

Há quem acredite que a tragédia na Madeira, permitiu mostrar e conhecer um João Jardim diferente, mais compreensivo e diplomata. O que realmente o move? Quais são os seus limites?
Não mudei. Nas minhas limitações de ser humano, dou tudo quanto posso e sei.

Um comentário à figura/personagem “Zé Povinho”.
É muito mais inteligente do que o «povo» de agora.

Colocando-se numa posição de artista plástico e que lhe tivesse solicitado um trabalho, que consistia em criar uma nova personagem que representasse o português, como seria?
Moldaria uma figura esfarrapada, com um grande barrete enfiado na cabeça.

Porquê que nunca ocupou um lugar de ministro, num dos vários governos do PSD que já subiram ao poder?
Não ia deixar de ser presidente de um Governo de uma Região Autónoma, dotada de poder legislativo, para ser ministro de um primeiro-ministro.

Qual foi a 1.ª coisa que comprou, como o seu 1.º ordenado?
O anel de noivado de minha Mulher.

Outros:
Em quê que acredita? Em Deus, na perspectiva de Teilhard de Chardin.
Ditado popular: «Diz-me com quem andas, e dir-te-ei quem és».
Prato preferido: Bife com batatas fritas e com um ovo estrelado, acompanhado de bom vinho tinto.
O que lhe dá mais prazer? Calcule...
Com o quê que já não tem paciência? Com a mediocridade generalizadamente instalada.
Palavra que menos gosta: Deslealdade.

O Presidente do Governo Regional da Madeira
(Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim)

Funchal 5 de Julho de 2010

Entrevistador: Márcio Fernandes